Alguns amigos me procuraram recentemente pra pedir ajuda, repensar sua postura, seu branding. Um se formou, fez pós, deu aula na faculdade e foi procurar emprego no Pará. Sem esconder sua personalidade, percebeu situações em que deveria ponderar ou exaltar. Outra tem um gênio forte, e bastou ela conseguir "manipular" isso e conseguir um bom emprego na sua área de formação sem deixar de lado a imagem marcante desde a primeira vista. Uma há tempos não conseguia passar numa entrevista, até entender a diferença entre concorrer a uma vaga e suplicar emprego.
Vi num filme esses dias que um cara estava procurando emprego, e ao invés de mandar seu currículo, escreveu uma carta para o gerente, contando como ele poderia usar seus talentos na empresa, e o que ela ganharia com isso, abordando os clientes de acordo com o seu perfil pessoal, e não só a formação acadêmica ou histórico profissional.
Já ouvi um estudante de engenharia contando como conseguiu o emprego na automobilística: mandou um relatório de como a diminuição de 1mm na circunferência do volante poderia impactar no orçamento, sem prejudicar performance.
Um conhecido me mostrou o curriculo que ele mesmo desenvolvera como designer: formas, cores, layout diferenciado. Inédito até então.
Claro que há restrições de políticas de apresentação, mas ao invés de uma página branca, relatando de forma protocolar suas experiências nas empresas - sempre dando aquela caprichada pra impressionar, claro - já pensou em se apresentar pessoalmente, tendo em mãos um verdadeiro portifólio que represente sua personalidade e especialização profissional?
Audacioso? Incomum? "Fora da caixinha"? Modéstia às favas?
É justamente o que o perfil desejado em muitas empresas e cargos tem esperado ver logo no primeiro contato com as empresas. Num mercado em que até os curriculos (e digo o acesso à formação e possibilidades de "descritivos" invejáveis para cargos básicos) é preciso se diferenciar em todos os aspectos, desde o primeiro contato - daí a idéia de inovar o seu curriculo - até fuginde de frases feitas e lugares-comuns nos contatos e entrevistas.
À primera vista, somos todos iguais, e existe um padrão gráfico e de conteúdo nos curriculos. Banco de talentos e cadastros para recrutamento existem aos montes. E a atitude mais relapsa é justamente esperar conseguir um emprego apenas com essa "prospecção" que mais parece spam.
Com essa postura, somos meros frutos numa caixa, esperando pra serem apanhados, sem grande diferenciação.
Pensando nessa diferenciação, e fazendo da necessidade um novo negócio - é dela que nascem as melhores soluções, não?! - o site Orange, resumiu em uma frase seu conceito, e desencadeou toda uma reflexão sobre como nos expomos ao mercado de trabalho.
Ao buscar uma nova colocação no mercado, é preciso reconhecer o seu valor, saber das suas capacidades e otimizar suas características, criando notabilidade através do seu networking. Mandar curriculos pela internet e ficar esperando que algum recrutador entre em contato só é válido se o seu curriculo for impressionante, o que com a facilidade de formação e - sejamos realistas - eloquência de alguns, não significa muita coisa.
Imprima sua personalidade em toda situação. A começar do seu curriculo, por que não? Respeite as regras de etiqueta e políticas das empresas que pretende se apresentar, e analise a concorrência, buscando saber seu potencial e diferencial. As emrpesas encaram seus empregados assim, porque não ter o mesmo conceito sobre a sua própria empregabilidade também?