domingo, 11 de agosto de 2024

pais (o meu e o delas)

o colo do meu pai era severo, mas que não precisa de grandes explicações pra ser meu maior ninho. o colo do pai delas é cheio de gargalhadas e auto-entendimento, despretenciosamente.


com meu pai aprendi que princesas são diplomatas e amazonas, e não seres indefesos a espera de um resgate - afinal, meu castelo já era de vida e amor. com o pai delas eu aprendi que sou ogrinha e também absolutamente frágil, e juntos somos mais fortes pra criar princesas melhores do que eu fui. com meu pai eu criei gosto pela ordem das coisas - de gavetas a louça na pia - que me deram estrutura profissional e retidão nas relações. com o pai delas encontrei as delícias da preguicite no sofá, de se embrenhar numa trilha desconhecida, da criatividade caórdica que me deu liberdade de escrever e sonhar. com meu pai era fácil fazer a gargalhada ecoar, ter meu nome conhecido em qualquer roda, de não ter medo de me impor e expor. com o pai o silêncio é saboroso, ser humilde é uma lição diária, e que ceder às vezes é o único caminho para que possamos vencer juntos.
com meu pai, eu entendi que a força de um homem não invalida a tenacidade da sua companheira, e é no respeito mútuo que os filhos encontram o seu próprio caminho.
com o pai delas, en entendi que sua história de ensina, mas não determina seu caráter, e que a grandiosidade de está no amor pela vida que borbulha.
com esses dois, eu aprendi a ser quem eu sou. escolhi a ambos, em diferentes esferas. e fui amada, cada um a sua maneira, pra que eu pudesse dar às minhas filhas toda a dignidade, realeza e sabedoria que ambos me deram - como filha e esposa. AMO VOCÊS!

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