quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Paternalismo governista (ou povo torpe?)

Ouvi ontem no rádio e não resisti ao comentário: Silvio Santos vendeu o banco, numa negociação de quase meio bilhão de reais. E nem precisou acionar o governo pra isso, como aconteceu com algumas outras empresas privadas por bem menos pouco tempo atrás.
Tá, não faço nem idéia como funconam cifras, mercado de ações, finanças. O que me chamou a atenção foi a observação de que "fora tudo resolvido no privado, assim como foram concebidas as empresas envolvidas".

O  governo (pelo menos o brasileiro) tem confundido seu papel de gestor de recursos e mantenedor de serviços básicos com a função torpe de assistencialismo desmedido. O governo paga esses benefícios com o discurso de que esse assistencialismo dá condições de diminuir a pobreza. Desculpa, mas com R$200 por mês, pra uma família inteira, dá nem pro leite azedo de liquidação.

Convence o moço de que ele precisa trabalhar de sol a sol, aguentando patrão, trânsito e condições desumanas, deixando de lado os bolsas-fico-informal-que-ganho-duas-'veiz' que vai pagando benefícios sem o menor esforço, desde que ele prove que não ganha mais de R$70 por mês pra tirar um trocadinho a mais e complementar a renda de ambulante. Sem carteira assinada, até eu consigo!
Convence a garotinha de que ela precisa estudar, passar 11 anos na escola, aguentando professor mal formado, mal pago e mal tratado que não sabe pra que ensina algoritmos (aliás, pra que serve isso fora de exatas mesmo?), ao invés de ela ir "pra night", onde não tem como comprovar renda e ela ainda pode rquerer mais um benefício do governo.
Convence sindicalista de que aumentar o salário só aumenta mais a bola de neve financeira, que é preciso cobrar aumento de investimento em educação financeira e orientação no planejamento. Mas pra quê, se é mais fácil ter a sensação paleativa de que estão defendendo a classe aumentando 7% do salário, enquanto o valor da Cesta Básica aumentou mais de 15%.

Agora, me convence que os 30% do meu salário que ficam retidos 'tão realmente pagando a escola que meus filhos vão estudar, o hospital que eu precisei quando fui atropelada, que nem uma radiografia tiraram, que paga o policiamento que dorme ouvindo rádio embaixo da minha janela enquanto do outro lado tem um drogado esfaqueando um. Me mostra onde tá o IPVA da moto que eu custei a pagar porque tive que usar o dinheiro arrumando a roda empenada por uma cratera na rua. E onde foi parar o imposto embutido nos produtos que eu compro que não financiam o P&D das empresas e que continuam demitindo gente ao invés de otimizar a produção?

E por falar em 'cadê?', ainda não desceu a história de político que nem sabe pra que foi eleito e que além de salários inacreditáveis, ainda tem auxílio gabinete, cartão corporativo, reembolso de despesas, auxílio paletó!

De um lado uns com tanto. Outros com tão pouco.
Grana de menos pra "jeitinhos" demais.
Escrúpulo zero pra uma conta poupuda.

Eita, Brasil!

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