sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Desafio físico: recompensa mental

Nessa semana eu tenho tido, digamos, tempo ocioso suficiente pra navegar, ler e clicar em todo ink que me interesse.

Até eu receber um retuite de um Desafio de corrida, que me fez lembrar do meu trabalho de conclusão de curso.

Formei em Secretariado, mas como bailarina desde os 4 aninhos, não poderia resistir e acabei falando sobre a importância da prática de atividades físicas e o condicionamento físico para um melhor desempenho no trabalho praticamente sedentário de escritórios.

Me mudei pra São Paulo em Janeiro, e com muita satisfação eu via algumas pessoas pedalando para o trabalho. Eu tinha que sair de casa com pelo menos 1 hora de antecedência do meu início de um estágio, caminhar até a estação de trem, atravessar uma estação inteira pra pegar outro metrô, subir uma ladeirinha ou pegar um ônibus pra chegar no escritório, ainda com sono, já cansada de tanto ver gente de cara amarrada ou amassada de sono mesmo. Pedalando, eu saia de casa 30 minutos antes, conseguia ouvir o rádio sem a interferência dos ruídos de metal dos trilhos, chegava lá bem disposta, com o corpo ativo e a mente já funcionando, me arrumava enquanto o computador ligava, além de não precisar pagar academia pra manter a forma.

"Mas é porque você é descolada, né. Nem todo lugar dá pra pedalar". Tem gente que faz por necessidade, por hábito, por praticidade. Eu faço por tudo isso.

O simples fato de sair de casa, estar ao ar livre, movimentar o corpo, faz com que a circulação do sangue seja mais intensa, e sua percepção sensorial pode colaborar muito pra o desenvolvimento de uma sensibilidade maior, podendo conseguir interagir com o meio mais facilmente.

Sim! Andar pelo parque depois de um dia estressante faz você respirar fundo, raciocinar com calma sobre o que aconteceu naquele dia, pensar melhor sobre o que deve ser feito, e o fato de seu corpo estar em movimento liberando substâncias naturais na sua circulação otimizam o raciocínio!

Outro benefício é a disciplina que é criada com a prática de alguma atividade, além do auto-conhecimento. Conhecer seu corpo, suas reações, enfrentar desafios e ter garra para superá-los são formas de você estar psicologicamente preparado para as situações de pressão, cobrança e delicadas do cotidiano.

Mas o mais importante, é fazer de qualquer exercício um momento de lazer, de relaxamento, que, mesmo com o cansaço físico, te dê prazer em fazê-lo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Paternalismo governista (ou povo torpe?)

Ouvi ontem no rádio e não resisti ao comentário: Silvio Santos vendeu o banco, numa negociação de quase meio bilhão de reais. E nem precisou acionar o governo pra isso, como aconteceu com algumas outras empresas privadas por bem menos pouco tempo atrás.
Tá, não faço nem idéia como funconam cifras, mercado de ações, finanças. O que me chamou a atenção foi a observação de que "fora tudo resolvido no privado, assim como foram concebidas as empresas envolvidas".

O  governo (pelo menos o brasileiro) tem confundido seu papel de gestor de recursos e mantenedor de serviços básicos com a função torpe de assistencialismo desmedido. O governo paga esses benefícios com o discurso de que esse assistencialismo dá condições de diminuir a pobreza. Desculpa, mas com R$200 por mês, pra uma família inteira, dá nem pro leite azedo de liquidação.

Convence o moço de que ele precisa trabalhar de sol a sol, aguentando patrão, trânsito e condições desumanas, deixando de lado os bolsas-fico-informal-que-ganho-duas-'veiz' que vai pagando benefícios sem o menor esforço, desde que ele prove que não ganha mais de R$70 por mês pra tirar um trocadinho a mais e complementar a renda de ambulante. Sem carteira assinada, até eu consigo!
Convence a garotinha de que ela precisa estudar, passar 11 anos na escola, aguentando professor mal formado, mal pago e mal tratado que não sabe pra que ensina algoritmos (aliás, pra que serve isso fora de exatas mesmo?), ao invés de ela ir "pra night", onde não tem como comprovar renda e ela ainda pode rquerer mais um benefício do governo.
Convence sindicalista de que aumentar o salário só aumenta mais a bola de neve financeira, que é preciso cobrar aumento de investimento em educação financeira e orientação no planejamento. Mas pra quê, se é mais fácil ter a sensação paleativa de que estão defendendo a classe aumentando 7% do salário, enquanto o valor da Cesta Básica aumentou mais de 15%.

Agora, me convence que os 30% do meu salário que ficam retidos 'tão realmente pagando a escola que meus filhos vão estudar, o hospital que eu precisei quando fui atropelada, que nem uma radiografia tiraram, que paga o policiamento que dorme ouvindo rádio embaixo da minha janela enquanto do outro lado tem um drogado esfaqueando um. Me mostra onde tá o IPVA da moto que eu custei a pagar porque tive que usar o dinheiro arrumando a roda empenada por uma cratera na rua. E onde foi parar o imposto embutido nos produtos que eu compro que não financiam o P&D das empresas e que continuam demitindo gente ao invés de otimizar a produção?

E por falar em 'cadê?', ainda não desceu a história de político que nem sabe pra que foi eleito e que além de salários inacreditáveis, ainda tem auxílio gabinete, cartão corporativo, reembolso de despesas, auxílio paletó!

De um lado uns com tanto. Outros com tão pouco.
Grana de menos pra "jeitinhos" demais.
Escrúpulo zero pra uma conta poupuda.

Eita, Brasil!