domingo, 27 de maio de 2018

Minorias

Essa palavra sempre me incomodou. E muito! Como assim que uma parcela tão expressiva, que fecha ruas e tem dias internacionais pra celebrar suas lutas e causas, é "menor"?
Mulheres, gays, negros... minorias?

Aí que a semântica social veio e me doeu mais ainda; Não é pela proporção de pessoas, mas pela pequenez da sua essência no meio. Menor de desprezível, e não de pouca gente.

Essa dor é ainda maior!

Como assim que mais da metade dos seres humanos, sem as quais a vida não existiria, que tem instintos de atenção dispersiva e de zelo, que tem o corpo em ciclos idênticos aos lunares, são menores?
Como assim que a expressão do amor que não se atém puramente à reprodução animal é tida como uma subversão do que nos diferente animais irracionais e nos tornam sucetíveis a sentimentos bons de carinho, alegria, paixão, envolvimento, hedonismo positivo, expressão artística, criatividade?
Como assim que uma etnia que cientificamente gerou todas as outras há milhares de anos é tida como inferior mesmo que sejam admitidos como os mais fortes, tenazes, adaptáveis, leais às raízes?

Quisera o Universo que eu nascesse meio termo: mulher criada em um lar feminista cujo pai me ensinou a ser amazona do meu próprio conto de fadas; bissexual que encontrou num homem o respeito à sexualidade diferente que só traz uma intimidade menos reprimida; pele branca com cabelo blackpower que me permite questionar dresscode corporativo que incentivam terninhos cinza e chapinhas sem me sentir ameaçada.

Cara, sério, só alguém realmente menor pra se fazer valer de poderes impostos e elitismos presunçosos...

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